O menino do campo - Volume III - Piloto

O MENINO DO CAMPO - VOLUME III 
Capítulo 1

Uma reflexão sobre o presente

Introdução

O som daquela música me fazia vibrar. Era divino. Malcon estava super animado. Eu podia perceber através de seus pulos e gritos de louvor.

Sem esperar, leves mãos macias tocam os meus ombros. E ao me virar para ver quem era, não pude acreditar. Eu perdi o fôlego por um instante, mas como num despertar apavorado, eu me refiz. Seus olhos brilhavam diante de mim, seu rosto parecia cheio de luz e sua voz invadiu o meu mundo novamente, ainda que o som das músicas estivesse ensurdecedor.

Era ela novamente. Uma nova temporada irá começar. Amanda voltou para o meu mundo. Agora seremos nós dois outra vez.

Uma reflexão sobre o presente

Quando as coisas voltam ao normal, do jeito que eram, a gente se sente absolutamente aliviado e de uma certa forma confortável com a sensação de termos de volta tudo aquilo que perdemos ou que nos foi tirado.

Eu imagino minha situação agora. Ao lado da pessoa que me fez falta por muito tempo, por uma longa temporada. Meu coração está exatamente como deveria estar. Eu realmente estou vibrando.

Hoje parece uma comemoração de final de ano. Na verdade hoje é uma comemoração, pois o show ainda não terminou. Só que é mais do que um show, é o retorno dela de volta para minha vida, de volta para o nosso mundo.

Mateus: Você, você está linda... de verdade...

Amanda: Eu estou muito feliz de te ver novamente... fazia tanto tempo... eu senti tua falta.

Mateus: Você sabe o quanto eu te... o quanto eu... te queria por perto... o tempo todo, mas você estava... tão... tão distante...

Amanda: Agora eu sei o quanto eu te... eu... eu te ... quero por perto. Sério...

Mateus: Que horas você saiu de Southland Republic? Você não me avisou! Eu teria ido te pegar no aeroporto! Como está o Juan?

Amanda: Eu não tive tempo de fazer isso. Papai e mamãe estão desesperados e eu acabei me envolvendo com o desespero deles. A gente não sabe mais o que fazer. O tratamento teve que ser interrompido, pois não estava mais fazendo efeito algum. Os médicos não dão nenhuma resposta boa ao meu pai. Mateus, eu preciso de você comigo. Meu mundo está desabando.

Mateus: Eu estou aqui ao teu lado, Amanda. Não vou te deixar, nunca mais.

Amanda (Chorando): Eu te abandonei! Não fale assim que não vai me deixar nunca mais, pois fui eu quem te deixou para trás. Eu... sinto muito...

Mateus: Não, não, não precisa sentir! Você precisou ir com o teu pai. Ele precisava de você e ainda precisa.

Amanda (Se contendo): Mas o que eu fiz pelo meu pai? Nada! Agora ele está quase morrendo e nada adiantou. Tudo foi em vão.

Mateus: Não fale assim. As coisas com certeza vão ficar bem. Tenha fé em Deus. Ele pode te ajudar nesse momento.

Amanda: Não me fale de Deus, agora, Mateus. Eu perdi a minha identidade nesses últimos meses. Me senti tão afastada da minha vida real, da vida que eu tinha antes, que hoje não sei mais quem eu sou. Eu sofri tanto, que parece que Deus se manteve distante o tempo todo, sem ao menos olhar para mim e para a minha família.

Mateus: Eu sei que apesar do teu grande sofrimento, de tudo isso que você passou, Deus nunca esqueceu de nenhum de vocês, Amanda. Pelo contrário, teu pai está vivo até agora, porque Deus tem dado forças para ele sobreviver.

Amanda: Eu preciso falar com você. Com mais tranquilidade, estou muito nervosa.

Mateus: Tudo bem, Amanda. Assim que terminar o show estarei disponível para você.

Amanda: Não precisa se preocupar com isso. Eu preciso falar, mas não agora. Pode ser amanhã de manhã mesmo, lá em casa. Agora eu preciso ir pra casa, não estou me sentindo bem.

Mateus: Você está sozinha?

Amanda: Não, meu motorista está comigo.

Mateus: Foi ótimo te ver novamente. Amanhã eu vou a tua casa. Eu preciso dar um abraço nos teus pais. Lá a gente conversa. Tudo bem?

Amanda: Tudo bem. Foi ótimo te ver também.

Esta noite tem sido a partir de agora um misto de comemoração e peso. Comemoração por um Deus e peso pela dor de Amanda, que acaba sendo também minha dor.

Agora a luz que estava diante de mim não era mais a luz que vinha dela, mas a que saia do palco em direção ao grande público do show.

Obviamente todo o meu desejo era ter saído dali com Amanda. Mas eu não poderia fazer isso, eu tenho minhas responsabilidades e prioridades em mente. Ela sabe disso tão bem quanto eu.

A organização do evento estava sob minha responsabilidade. Eu tinha essa tarefa a realizar e iria até o fim, pois isso significava muito para mim e tenho certeza que era uma forma de eu entregar minha devoção e adoração ao Deus da minha fé.

Sabe de uma coisa? O meu presente estou dividindo com quem eu sempre quis dividir.

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Temporada Inédita - Pré-lançamento

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